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Marcha da maconha

A discussão sobre tudo que é tabu em nossa sociedade é algo polêmico, a discriminação das drogas em especial a maconha, é algo que leva a debates intensos, mas é preciso antes de qualquer coisa ter um olhar científico, não basta dizer sim ou não, mas o porque.

A ciência

O uso da maconha é  milenar e passou por várias fases. Já foi considerada útil do ponto de vista terapêutico ou vício abominável (1). Atualmente é a substância ilícita mais consumida no mundo, com estimativa de 170 milhões de usuários.

Dentre as pessoas que experimentam alguma substância ilícita (não só a maconha), aproximadamente 10% desenvolvem problemas de dependência química ou outros transtornos relacionados ao uso (2). No entanto, a maior parte das pesquisas é direcionada para parcela de usuários que desenvolvem algum tipo de problema. Pouco se conhece acerca dos outros 90% de usuários que não apresentam dependência ou outros problemas relacionados ao uso.

 Você pode conferir essas afirmações nas seguintes obras:

  1. CARLINI, E. A.; MASUR, J. Drogas: Subsídios para uma discussão. 4. ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1993.
  2. UNODC. United Nations Office on Drugs and Crime: World Drug Report 2014. New York, 2014.

Existem muitos motivos para legalizar, colocamos a lista dos 10.

1. A legalização colocaria fim a parte exageradamente lucrativa do negócio do narcotráfico, ao trazer para a superfície o mercado negro existente.

2. A legalização reduziria dramaticamente o preço das drogas, ao acabar com os altíssimos custos de produção e intermediação que a proibição implica. Isto significa que muita gente que é viciada nestas substâncias não teria que roubar ou prostituir-se com o fim de custear o atual preço inflacionado destas substâncias.

3. Legalizar as drogas faria com que a fabricação dessas substâncias se encontre dentro do alcance das regulações próprias do mercado legal. Abaixo da proibição, não existem controles de qualidade ou vendas de doses padronizadas.

4. O narcotráfico tem estendido seus tentáculos ao cenário político dos países. A legalização acabaria com esta nefasta aliança do narcotráfico e o poder político.

5. Legalizar as drogas acabaria com um fonte importante de corrupção, a qual aumenta em todos os níveis do governo devido ao fato de uma substancial parte de toda a classe de autoridades tem sido compradas, subornadas e extorquidas por narcotraficantes, criando um grande ambiente de desconfiança por parte da população quanto ao setor público de forma geral.

6. Os governos deixariam de desperdiçar bilhões de dólares no combate as drogas, recursos que seriam destinados a combater os verdadeiros criminosos: os que violam os direitos dos demais (homicidas, fraudadores, estupradores, ladrões etc).

7. Com a legalização se acaba com o pretexto do Estado de violar nossas liberdades civis com o fim de levar a cabo esta guerra contra as drogas. Grampos telefônicos, buscas, registros legais, censura e controle de armas são atos que atentam contra nossa liberdade e autonomia como indivíduos.

8. Legalizar as drogas desativará a bomba-relógio em que se converteu a América Latina, especialmente os países andinos, América Central e México. Isto tem levado a uma intervenção crescente por parte dos EUA, país que desde quase mais de uma década vem fortalecendo sua presença militar na região de uma maneira nunca vista desde o fim da Guerra Fria.

9. Em uma sociedade onde as drogas são legais, o número de vítimas inocentes produzidas pelo consumo e venda de entorpecentes seria reduzido substancialmente. Grande quantidade de pessoas que nunca consumiram essas substâncias ou que não estão relacionadas com essa atividade se veem prejudicadas ou perdem a vida devido as “externalidades” da guerra contra as drogas: violência urbana, abusos policiais, confisco de propriedades, revistas e buscas equivocadas, entre muitos outros casos.

10. A legalização conduzirá a sociedade a aprender a conviver com as drogas, tal e como tem feito com outras substâncias como o álcool e o cigarro. O processo de aprendizagem social é extremamente valioso para poder diminuir e internalizar os efeitos negativos que derivam do consumo e abuso de certas substâncias.

Pesquisa brasileira

Existem pesquisadores brasileiros que não se importam apenas em buscar resultados em cima daqueles que acabam se viciando, mas de forma global e comparando os resultados. Veja o vídeo sobre os pesquisadores e sua pesquisa, Paulo Morais e Dimitri Daldegean.

É importante lembrar que existem remédios desenvolvidos com base na maconha e que tem resultados positivos, pela proibição, o seu uso é também proibido assim como desenvolver e pesquisar novos remédios.

É preciso se atentar a medicina oriental e de nossos índios, muito do que é proibido por aqui é ou já foi muito usado como remédio, como no caso do ópio.

Fonte: http://www.kickante.com.br/campanhas/pesquisacannabis
Maconha e ciência: Uma pesquisa no Brasil.

Estive na marcha da maconha deste ano e fui parar na entrevista do Pânico na TV.